DESÂNIMO |
São raros hoje em dia os casos em que a mediunidade irrompe inequívoca
e os sensitivos fornecem precisas comunicações dos guias do outro lado. A inconsciência não mais se verifica e
exige-se uma mudança gradual de comportamento para que os médiuns consigam
realizar as consultas, por várias horas "incorporados" com o caboclo
ou preto velho.
O trabalho na umbanda impõe mudanças profundas nos pensamentos, que precisam de tempo para serem
consistentes e interiorizados no modo de vida do médium em aprendizado. Ele, conscientemente, deve livrar-se das emoções e dos sentimentos do ego
inferior que atingem os corpos mental e astral.
A umbanda, por ser um canal aberto de
entrechoque vibratório com o Astral inferior, implica maiores obstáculos aos médiuns. A prática mediúnica umbandista tem de ser continuada por longo
tempo, sem interrupções, e trilhada com reverência e devoção esmeradas.
A lide umbandista parece fascinante a princípio, e o neófito anseia por ter logo o "seu" caboclo ou preto
velho. Na verdade, da multidão que ingressa constantemente nas frentes de
trabalho da Divina Luz, apenas uma microscópica minoria está apta a perseverar
e progredir. A grande maioria dos
aspirantes logo enjoa do ritual, não se motiva mais a colocar o uniforme
branco e se impacienta com a demora para ser
aceita como médium "pronto". Muitos acabam desistindo por completo ou mantendo as aparências,
com o objetivo de só se beneficiar dos trabalhos, almejando a melhora
milagreira das condições de existência diante da difícil e "injusta"
vida.
Fora uns poucos, a grande
maioria não apresenta maturidade espiritual para continuar na verdadeira
umbanda, e muitos acabam por buscar locais
em que o mediunismo apresenta resultados mais rápidos, como o são os das
práticas mágicas populares, com seus cortes ritualísticos sanguinolentos
e despachos com animais sacrificados. O mundo e os objetivos pessoais por que
esses cidadãos são movidos bloqueiam a vontade de servir ao próximo, que é o
sacrifício altruístico que a umbanda impõe a todos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário