Ogum africano de Jerry D'Oxossi |
Ogum sincretizado com São Jorge |
Ogum é o Orixá que vence demanda. Ele e quem comanda os Exus. Ogum tem em sua falange outros
desdobramentos como Ogum Megê, Ogum Rompe Mato, Ogum Beira mar, Ogum Yara,
entre outros...
O filho de Ogum é uma pessoa de tipo esguio e procura
sempre manter-se bem fisicamente. Adora o esporte e está sempre agitado e em movimento. A sua
impaciência é tão marcante que não gosta de esperar. É afoito. Tem decisões
precipitadas. Inicia tudo sem se preocupar como vai terminar e nem quando. Está
sempre em busca do considerado o impossível. Ama o desafio. Uma marca muito
forte de seu Orixá é tornar-se violento repentinamente. Seu gênio é muito
forte. Não admite a injustiça e costuma proteger os mais fracos, assumindo
integralmente a situação daquele que quer proteger. Sabe mandar sem nenhum
constrangimento e ao mesmo tempo sabe ser mandado, desde que não seja
desrespeitado. Adapta-se facilmente em qualquer lugar. Come para viver, não
fazendo questão da qualidade ou paladar da comida. Por ser Ogum o
Orixá do Ferro e do Fogo seu filho gosta muito de armas, facas, espadas e
das coisas feitas em ferro ou latão. Seu maior defeito é o gênio impulsivo e
sua maior qualidade é que sempre, seja pelo caminho que for, será sempre um
Vencedor.
A representração de pontos riscados: feita por espadas.
Cores: Vermelho, Branco.
Guia: Vermelho e Branco, predominando uma cor ou outra dependendo da falange
Saudação: ogunhê patacuri Ogum
Dia:Terça-feira
Chacra atuante:solar
Numero: 3
Vestes: Roupa vermelha e branca.
Características dos filhos: persistentes, temperamento forte determinados e batalhadores.
Planta: Espada de São Jorge, losna, aroeira,
carqueja, eucalipto, jatobá, agrião, romã,
Flor: Palmas brancas e vermelhas, crista de galo , antúrio.
Local: Humaitá , Campinas, estrada de ferro
Bebida: Cerveja Branca.
Flor: Palmas brancas e vermelhas, crista de galo , antúrio.
Local: Humaitá , Campinas, estrada de ferro
Bebida: Cerveja Branca.
Desdobramentos principais de Ogum:
Na Umbanda, Ogum continua comandante (Tata) e guerreiro
invencível. Se na África seus sete nomes coincidem com os das sete cidades que
formavam o reino de Irê, na Umbanda eles se tornaram as falanges que seguem:
a) Ogum Beira-Mar – cor: azul e vermelho, age nas orlas marítimas em harmonia
com Iansã e Iemanjá.
b) Ogum Iara - sua cor é azul claro e vermelho,
age nos rios, trabalha na cachoeira em harmonia com Oxum .
c) Ogum Rompe-Mato - sua cor é o Vermelho e verde age nas matas (trabalha em harmonia completa
com Oxossi, na entrada da Mata. Podendo ser cultuado tanto na terça-feira, dia
de Ogum, quanto na quinta-feira, dia de Oxossi.
d) Ogum Malê - age contra todo o mal
e) Ogum Megê - sua cor é o vermelho, branco e
preto, age sobre as almas, trabalha em harmonia com Omulu, na entrada da
calunga pequena - cemitério.
f) Ogum de Lei - sua cor é vinho e branco, age junto
com a justiça, trabalha com as Almas em harmonia com Xangô, Omulú, Oxum e Ogum Iara.
g) Ogum de Ronda - age nas ruas, do lado de fora das
porteiras.
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- Ogum-A Lei
O Equilíbrio
entre a Luz e as Trevas
Vamos começar este capítulo dizendo que Ogum é o
guardião do ponto de força que mantém o
equilíbrio entre o que está no alto
e o que está embaixo, o positivo e o negativo, a Luz e as Trevas, a paz e as
discórdias. Por isso ele é chamado de "Senhor das Demandas".
Seria necessário um livro com muitas páginas para
contarmos o que é Ogum. Como não é possível, vamos falar algo sobre seu ponto
de força, e como age.
Tudo no mundo gira em torno do equilíbrio entre Luz e
Trevas, Bem e Mal, positivo e negativo, alto e baixo, direita e esquerda, etc.
Se uma pessoa assume uma forma contemplativa de vida,
está se colocando como mero observador do desenrolar do dia-a-dia da
humanidade. Como não é possível nem aconselhável assumir tal postura, o melhor
a fazer é procurar Ogum como nosso guia
de viagem na senda da Luz. Ele sempre nos avisará quando sairmos da linha
de equilíbrio que divide Luz e Trevas.
Tudo é regido por uma lei imutável, a Lei do Criador. Essa Lei é um meio
para que nos mantenhamos na linha do equilíbrio, para que possamos evoluir.
Quando ultrapassamos seus limites, encontramos Ogum
pela frente. Sendo o orixá que vigia a execução
dos carmas, tem sob suas ordens tanto a Luz como as Trevas. É o senhor que vigia os caminhos, tanto para
cima como para baixo. Sem Ogum, a Justiça de Xangô não seria executada, e o
equilíbrio não seria restabelecido.
Assim, Ogum também é um executor do carma.
Seu campo de
ação se estende pelos sete círculos, tanto os ascendentes quanto os
descendentes. A partir desses dois limites, impera a Lei do Criador. Se
para baixo, cai nos domínios sem retorno ao nosso plano. Sua alma retorna a um
campo de atuação que não nos é revelado.
Sobre esses
campos, tanto na Luz como nas Trevas, nada é permitido saber, e nada é revelado.
Quanto ao
campo de ação de Ogum, veremos qual é, e como atua.
O campo de Ogum é composto do impulso que nos move
para alguma direção. O impulso que nos faz lutar por alguém ou alguma coisa,
não importa o que seja, pertence ao campo de Ogum. Quando auxiliamos, temos
Ogum atrás de nós para nos guardar. Porém
quando odiamos, temos Ogum à nossa frente para nos bloquear.
Nesse ponto é que se mostra a força de Ogum.
Como Guardião do Ponto de Força da Lei, abrange a
todos, e tudo que alguém fizer envolvendo magia ou ocultismo será anotado por
ele, para posterior julgamento junto ao Senhor da Lei, que é Deus.
Quando a Lei quer recompensar, é Ogum quem dá. Mas
quando quer cobrar, é seu lado negativo quem executa.
Quando caminhamos rumo à Luz, Ogum está à nossa
direita; quando rumamos para as Trevas, ele apenas inverte sua posição, mas não
o lado. Portanto, ele estará à nossa esquerda.
Quem tem Ogum
à sua direita, está à direita do Criador; quem tem Ogum à sua esquerda, logo
sofrerá o choque de força da Lei, pois, como seu executor, Ogum aguarda apenas
o momento certo para executá-La. Muitos se enganam ao não vigiar suas
próprias ações.
Ogum é mais! Como ordenador divino, independente de
qualquer ritual, ele age sem uma forma plasmada, apenas como energia.
Eis um dos
seus mistérios. Ogum não age sob uma forma definida, mas como energia.
Tanto atrativa quanto repulsiva. Quando atrativa, o executado tem um longo
período de provação e sofre os choques oriundos das Trevas em toda sua força de
resgate de dívidas passadas.
Quando repulsiva, ou repelente, a pessoa é amparada
pela Lei, e tem Ogum como protetor, aparando os choques das Trevas. É como um escudo protetor: Ogum "luta"
para não deixar cair quem ele está protegendo.
Os casos em que médiuns,
após sofrerem um choque de magia negra, têm suas forças espirituais
abaladas, significa que sua linha de força, o seu Ogum "pessoal" está
em luta contra as forças negativas envolventes que têm por fim destruí-lo.
Ogum também é isso: defesa contra as forças
destrutivas oriundas das Trevas. Enquanto o Orixá Ogum pessoal estiver em luta,
o médium estará em
segurança. Se ele se afastar, o médium cai.
Este é o momento da autocrítica, momento de prestar
atenção ao que está ocorrendo ao seu redor e descobrir se é somente um choque
ou se é uma cobrança de dívidas passadas.
Se for apenas um choque, ele será dominado
facilmente. Mas, se for uma cobrança do
passado, somente com muita paciência será superado o período de provação. Quando
o médium não atenta para isso, fica desequilibrado e se afasta da senda da Luz.
Ogum também é o vigilante do caminho daqueles que
empreenderam sua caminhada pela senda da Luz. E é mais ainda. Ele é atuante nos
reinos elementares, não mais como entidade atuante, mas como ordenador
elementar. Eis mais um de seus campos de ação como guardião do ponto de força
entre o positivo e o negativo.
Seus mistérios são muitos e quase todos desconhecidos. Quem conhece a décima parte de seus atributos
é um sábio, quem conhece uma fração a mais é um iluminado, e quem conhece um
pouco mais, é um ungido.
Ogum, como nós o conhecemos na Umbanda, é apenas a
manifestação de um dos seus mistérios. É apenas um dos seus mistérios, que se
multiplica por sete, os quais se multiplicam por outros três.
Difícil de entender? Talvez.
Vamos tentar esclarecer: se um médium tem como orixá de frente Yemanjá, terá como linhas
atuantes no ponto de força do equilíbrio três Oguns: Beira-mar, Marinho, e Sete
Ondas, todos recebendo influência direta
de Yemanjá, sem deixarem de ser Oguns. São os entrecruzamentos das linhas
de força da Umbanda, todas atuando em harmonia, mas cada uma com seu ponto de
força bem definido.
Se buscarmos
todas as linhas que Ogum emana para os outros orixás, vamos encontrá-las
sempre atuando conforme o ancestral
místico e os orixás de frente e junto.
Senão vejamos:
Ogum Beira-mar
mantém o equilíbrio entre a Água e a Terra;
Ogum Sete
Ondas mantém o equilíbrio entre a Água e o Ar;
Ogum Marinho
age no elemento Água propriamente dito.
Todos são Oguns, mas cada um tem o seu campo de ação.
Vamos mostrar outro
campo de ação de Ogum. Todos os
orixás têm os seus opostos negativos, que representam o equilíbrio das duas
forças, positiva e negativa, agindo em harmonia quando o médium está
equilibrado. O negativo são os Exus de Lei, ou Exus ligados aos orixás.
Quem é o elo de ligação dessa corrente senão Ogum?
Há uma diferença muito grande entre o Exu da Umbanda
e o da Religião Africana Original, ainda cultuado em sua antiga forma.
Exu é o elo
comunicante entre o Orixá e o médium. Os Exus de Lei da Umbanda são
entidades atuantes no nosso plano
como agentes carmáticos, sob as ordens
de Ogum, o dono ou Guardião do Ponto de Força do Equilíbrio.
Todos os guias ou mentores trazem consigo Exus em
evolução, liberados para atuarem junto ao médium nos seus trabalhos. Mas
quem anota o que essas forças fazem é Ogum, o Guardião da Lei Maior.
Se um médium
sabe quem é o seu orixá pessoal, saberá qual é o Ogum atuante e os
auxiliares que se integram no cruzamento de linha de força, e assim saberá
quais são os Exus que atuam à sua esquerda.
Se um médium vive sob o domínio das emoções,
entidades à sua esquerda, e que atuam neste campo, vão adquirindo cada vez mais
força sobre os seus sentidos, escapando ao guardião do equilíbrio, o seu Ogum.
Este, por conhecer o médium à sua disposição, deixa que o tempo o corrija ou o anule como mediador entre os dois
planos. Se nada fizermos para nos corrigirmos,
Ogum também nada poderá fazer. Ele tem influência sobre o Exu pessoal, mas
não age sem que o médium assim o queira.
Todos os Orixás têm os seus Exus correspondentes, e
os Oguns que atuam para equilibrá-los. Não devemos nos esquecer disso, pois
Ogum também é isso.
O campo onde Ogum age como ordenador é o campo da Lei
Maior. Se alguém vai a um ponto de forças negativo, encontrará ali Ogum
vigiando-o. Toda demanda feita é anotada pelos guardiães dos pontos de força. Quando alguém pensa que não será descoberto
por fazer um trabalho às escondidas contra alguém, Ogum já o anotou e
sua má ação é inscrita no seu carma para posterior cobrança, promovendo o
equilíbrio nas suas ações futuras.
Ogum é O orixá que mantém ligação com todas as linhas
de Exus de Lei e seu campo de atuação é imenso. Nenhum orixá tem um campo de
ação igual ao outro, pois são linhas de força atuando sobre espíritos, tanto
encarnados quanto desencarnados. E o
campo de Ogum é este: o campo dos sentidos humanos. Desejo, inveja, ódio,
vingança são sentimentos condenáveis que sempre causam ações negativas por
parte de quem os alimenta. É nesse ponto
que Ogum começa a agir com sua força cármica anotando as ações para posterior cobrança e reequilíbrio.
Que ninguém se esqueça disso quando pensar em fazer o
mal ao seu semelhante.
Texto retirado do Livro Umbanda Sagrada, autor Rubens Saraceni
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