Dança dos Orixás Jerry D'oxossi

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terça-feira, 24 de março de 2015

18- MEDIUNIDADE: QUAL A DIFERENÇA ENTRE MÉDIUM ESPÍRITA E MÉDIUM DE UMBANDA ?

No tocante ao espiritismo, a diferença básica, sem dúvida, é a ausência de ritual nos centros espíritas, os quais estão presentes na umbanda em abundância, e até de maneira anárquica e diversificada, ao contrário da rígida padronização existente no movimento espírita ortodoxo.
Entendemos que as semelhanças se dão quanto ao apelo caritativo, à mediunidade, à aceitação da reencarnação e da pluralidade dos mundos habitados, entre outras verdades universais. Entretanto, a maior semelhança entre ambas é a presença de Jesus, que na umbanda é sincretizado com o orixá Oxalá. Por isso, ao anunciar a nova religião, o Caboclo das Sete Encruzilhadas associou-a ao Evangelho. A umbanda resgata o consolador crístico, assim como Jesus fez em Suas andanças terrenas, e não imputa aos seus prosélitos que "fora de sua seara não há salvação".
Vejamos: O MEDIUM UMBANDISTA trabalha com desmanche de pesados fluidos do Astral inferior, desintegra campos de força magnéticos sustentados pelos despachos feitos com sangue e animais sacrificados, e serve de escudo fluídico para energias jogadas contra consulentes que procuram os terreiros. O médium espírita geralmente não trabalha com isso. A verdade é que, em determinados momentos do calendário de atividades anuais caritativas, o medianeiro da umbanda começa a sentir fraqueza generalizada, acompanhada de dor de cabeça, indisposição e desgaste geral. Além da re-energização regular junto à mata, cachoeira e mar, associada ao amaci, deverá tomar os banhos de ervas do pescoço para baixo, fortalecendo os seus chacras com plantas afins com os seus orixás regentes e guias em preceitos de fixação, consagração, proteção e descarga vibratória, para harmonizar o complexo fluídico (corpos e chacras).
Ao observarmos o Universo, o macrocosmo e o microcosmo que nos cercam, constatamos que nada é igual, e que Deus, o Pai-Mãe, Olurum, Zambi, Jeová, o Grande Incriado, o Único Eterno, ou como queiramos denominar o Criador, não fez Suas criações todas iguais. Não somos robôs com a mesma programação existencial, pois a diversidade é inerente às almas. Assim sendo, a umbanda nos educa a conviver com essas diferenças, sem o ranço religioso que trazemos em nossos inconscientes milenares, ancorado na disposição psíquica de impor igualdades ao outro.
Na verdade, os terreiros são como escolas que nos instruem a aceitar a diversidade ritual com harmonia, numa fraternidade que faz conviver pacificamente com as desigualdades. É impensável uma entidade militante no movimento umbandista exigir que se deva entrar nesta ou naquela religião, culto, igreja ou filosofia, pois sempre parte da aceitação da fé do consulente, e, a partir daí, o direciona para o amor universal que se esparge em todas as formas de religiosidade existentes na Terra, levando-o a despertar o sentimento crístico de dentro para fora.
Portanto, as formas externas em que se amparam nossa religiosidade no meio terreno nada mais são que escolas psicológicas transitórias, cuja finalidade é melhorar nossa compreensão do Divino, de nossa centelha espiritual, e ensinar a nos relacionarmos de maneira mais profícua com o Sagrado, expandindo nossa consciência no sentido de que fazemos parte de uma gigantesca colcha de retalhos que está pacientemente sendo costurada para nossa reintegração cósmica. Interiorizamos a umbanda no momento em que nossos espíritos vibram integralmente no amor incondicional, e passamos a não impor que "fora de nossa religião, fé ou igreja não há salvação". Assim como os galhos das árvores são de todos os pássaros, as diferenças ritualísticas na umbanda se moldam à diversidade de consciências existentes e contribuem para a evolução coletiva, qual luz solar que clareia todos os telhados.  
Fonte livro: UMBANDA PÉ NO CHÃO, Norberto Peixoto, espírito Ramatis)

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