atabaque |
Os homens afoitos e zelosos das purezas doutrinárias criticam os
caboclos da umbanda quando assoviam, cantam, assopram e chilreiam como
pássaros, baforando o charuto. A estreiteza de
opinião oriunda do desconhecimento,
aliado ao preconceito, favorece as "superioridades" doutrinárias
e as interpretações sectárias.
Os fundamentos dos mantras e seus
efeitos curativos (vocalização de palavras mágicas) fazem parte dos ritmos
cósmicos desde os primórdios de vossa civilização. Os
vocábulos pronunciados, acompanhados do sopro e das baforadas, movimentam
partículas e moléculas do éter circundante do consulente, impactam os corpos
astral e etérico, expandindo a aura e realizando a desagregação de fluidos
densos', miasmas, placas, vibriões e outras negatividades.
Assim como as muralhas de Jericó
tombaram ao som das trombetas de Josué, os cânticos, tambores e chocalhos dos
caboclos desintegram poderosos campos de
força magnetizados no Astral, bem como o som do diapasão faz evaporar a
água.
A função dos
pontos cantados é demarcar as diversas etapas ritualísticas: defumação,
abertura da sessão, saudação do congá, chamada das linhas, entre outras. Ele
pode perfeitamente ser adotado sem apoio da curimba (atabaque- nota blogueira). Por outro lado, existem
acordes específicos, muito utilizados nas batidas de tambores nas culturas afro-indígenas
e xamânicas, que podem ser utilizados como apoio
à concentração dos médiuns e para alguns trabalhos no Astral, muito
diferentes das batidas ensurdecedoras, parecidas com batucada de carnaval
retumbante, atingindo até as altas horas da madrugada, que só enfraquecem a
contextura psíquica dos médiuns.
A verdade é que existem espíritos no
Astral especialistas em sons que
agem como sinalizadores para as enormes falanges que não se manifestam através
de médiuns nas sessões de caridade. Nas situações
socorristas e de embates vibratórios no Astral inferior, elas são
orientadas, recebendo as tarefas mais rudimentares, por meio de sons similares aos vossos instrumentos de percussão. É uma forma inteligente de organizar a movimentação de
centenas ou até de milhares de entidades das várias linhas que trabalham
juntas, e ao mesmo tempo. Do contrário, seria instalada a desordem, uma
vez que o momento de os espíritos de Oxossi atuarem não é o mesmo que os de
Ogum, que, por sua vez, diferem dos das irmãs de Yemanjá, e assim
sucessivamente. Dessa forma, cada agrupamento espiritual por linha vibratória
(orixá) tem tarefas magísticas específicas que necessitam de disciplina e ordem, e nem todos os espíritos estão
preparados para receber comandos meramente pela mente, pelos pensamentos. Precisam de apoio sonoro, luminoso e de
formas geométricas que fundamentem as ordens de trabalho outorgadas pelo
movimento umbandista. É o que podeis chamar de lei da pemba: cada traçado de um
ponto riscado em sua repercussão etéreo-astral produz um campo de força
magnético com som, luz e um grafismo peculiar, que, por sua vez, são
comunicados para grande número de espíritos por acordes sonoros.
Observações do médium: Norberto Peixoto
Sei que este meu relato vai causar
alguma celeuma no meio espiritualista, mas não posso deixar de ser sincero e
fiel às minhas percepções mediúnicas. Por várias vezes já escutei batidas
xamânicas, atabaques e sinetas pelo fenômeno da clariaudiência, seja por meio dos trabalhos práticos no terreiro,
seja durante o sono físico. Em certo terreiro a que estive vinculado como
médium, não se adotava curimba; contudo, vi no Astral por várias vezes dois enormes negros, carecas, musculosos, vistosos e
sorridentes, ao lado do congá,
batendo em tambores colocados diante deles.
A minha consciência não me deixa
esquecer meu primeiro encontro, nesta encarnação, com o amigo espiritual
Ramatis (descrito detalhadamente na obra Chama Crística, da Editora do
Conhecimento), em que ele se apresentou durante um trabalho de desobsessão para
um familiar, envergando o traje de um sacerdote da vibratória de Ogum,
aparecendo-nos no interior de um templo etéreo aumbandhã, aos moldes da velha
Atlântida. Nessa experiência, escutei
cânticos acompanhados de sons de atabaques. Inocentemente, fui relatar essa
vivência ao doutrinador do centro espírita que freqüentava na época, e ele
quase desmaiou; tremendo, suado e com os olhos arregalados, encaminhou-me para
a coordenação da escola de médiuns.
(Missão da Umbanda,
Norberto Peixoto).
Ponto Caboclo Pena Branca:
Saravá, seu PENA BRANCA
Saravá, seu PENA BRANCA
Saravá, seu
Abacé
Traz a flecha e o seu bodoque,
Pra defender filhos de fé
Ele vem de Aruanda
Trabalhar neste abaçá
Saravá, seu Pena Branca
Um guerreiro de Oxalá...
Sua flecha vai certeira,
Vai pegar no feiticeiro,
Que fez juras e mandingas,
Para o povo do terreiro
Pega o arco, atira a flecha
Que este bicho é corredor
Mas deve ser castigado
Se ele é merecedor (2x)
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