Zélio de Moraes (médium que recebeu o Caboclo das Sete Encruzilhadas, fundador da Umbanda) a um século
incorporou um preto velho chamado Pai
Antônio, aquele que, com fala mansa, foi confundido com uma manifestação de
loucura de seu aparelho. Com palavras de muita sabedoria e humildade, e uma
timidez aparente, recusava-se a sentar-se junto com os componentes da mesa,
dizendo as seguintes palavras: "Nêgo
num senta não, meu sinhô; nêgo fica aqui mesmo. Isso é coisa de sinhô branco, e
nêgo deve arrespeitá".
Depois da insistência dos presentes,
a entidade respondeu: "Num carece
preocupá não. Nêgo fica no toco que
é lugá di nego".
Assim, continuou dizendo outras
palavras que demonstravam a sua humildade. Uma assistente perguntou se ele
sentia falta de algo que havia deixado na Terra, ao que o preto velho respondeu: "Minha
caximba. Nêgo qué o pito que
deixou no toco. Manda mureque busca".
Tal afirmativa deixou a todos
perplexos, pois presenciavam a solicitação do primeiro elemento de trabalho
para a religião recém-fundada, pois foi
Pai Antonio a primeira entidade a solicitar
uma guia, até hoje usada pelos membros da Tenda e carinhosamente chamada de
"Guia de Pai Antonio".
(Umbanda Pé no Chão, Ramatis)
É muito comum adentrar-se em um Terreiro de Umbanda e ver os médiuns usando
guias de segurança. Entretanto se perguntarmos o porquê do uso de determinada
guia, sua cor, sua maneira de ser colocada no corpo, etc. a grande maioria não
sabe responder. Ao usar uma guia, o médium deve saber o porquê e a importância
dela. São ritualisticamente
preparadas, ou seja, imantadas, de acordo com a tônica vibracional de quem as
irá utilizar (médium e entidade), e conforme o objetivo a que se destinam.
São compostas de certo numero de elementos (contas de cristal ou louça, búzios,
lágrimas de Nossa Senhora, dentes, palha da costa, etc.), distribuídos em um
fio (de Aço ou Náilon) ou linha de pescar, obedecendo a uma numerologia
especifica e uma cronologia adequada, ou ainda, de acordo com as determinações
de uma entidade em
particular. De todos estes elementos citados, destacam-se as contas
de cristal e os fios de aço, como aqueles que possuem melhores condições para
captação de vibração. Utilizadas como um colar, durante um trabalho
espiritual (p/ Ex. Gira de trabalho), pela entidade incorporada, tem função de servir como ponto de atração
(Imã) e identificação da vibração principal e/ou falange em particular, atuante
naquele trabalho, e, portanto como elemento facilitador da sintonia e
isolamento (contra vibrações negativas ou estranhas ao trabalho), para o médium
incorporado. Em princípio a guia deve ser confeccionada sob a orientação da
entidade a qual se destina a ela mesma (a Entidade) e dirá quais as cores, o
número de contas, a seqüência de como serão colocadas as contas e se quer
medalha ou arma ou ainda algum tipo de semente. Desta forma, o médium dirá
através da sua guia, sua descendência espiritual. Os médiuns iniciantes devem
usar somente guia de Anjo de Guarda. Somente os médiuns femininos que trabalham
com entidade masculinas, ou médiuns masculinos que trabalham com entidades
femininas podem e devem cruzar a guia da
entidade; ou seja, ao invés de colocar no pescoço caindo sobre o peito, a
mesma deve ser colocada no pescoço, descendo sob o braço, caindo ao lado. Toda
e qualquer guia deve ser confeccionada com contas de cristal ou sementes, jamais use material plástico para essa
finalidade. Lembre-se de que o uso da guia de segurança é por necessidade, não porque se acha
bonito ou porque cause maior respeito, pois se ela não for de alguma entidade
que trabalhe com você, não surtira nenhum efeito e de pouco valerá usá-la.
Alguns
procedimentos devem ser observados, no tocante ao uso e confecção das guias:
- São elementos ritualísticos pessoais, individuais e intransferíveis, devendo ser confeccionadas, manipuladas e utilizadas somente pelo médium a quem se destinam.
- Deve-se observar que cada indivíduo e cada ambiente, possuem um campo magnético e uma tônica vibracional própria e individual (tanto positivo quanto negativo). A confecção ou manipulação das guias por outras pessoas, ou ainda, seu uso, em ambientes ou situações negativas ou discordantes com o trabalho espiritual, fatalmente acarretará uma "contaminação" ou interferência vibracional.
- Como elemento de atração e isolamento, funciona como um tipo de "Para-Raios", atraindo para si, toda (ou quase) a carga negativa ou estranha ao médium, isolando-o até certo ponto. No entanto, as guias irão permanecer "carregadas”, até serem devidamente "limpas".
- Excepcionalmente, podem ser utilizadas pelo médium, para "puxar" uma determinada vibração, de forma a lhe proporcionar alivio em seus momentos de aflição. Nestes casos, 10 a 15 minutos de uso são suficientes.
- Em qualquer dos casos, a guia ira proporcionar uma interferência no campo magnético do médium. Dependendo da situação ou circunstância, poderá ate mesmo causar-lhe certo desconforto aparente ou mal-estar, devido a um aceleramento de sua faixa vibratória.
- A utilização indiscriminada de guias cruzadas, ou seja, aquelas confeccionadas de forma a atrair 2 ou mais falanges ou vibrações, pode comprometer desfavoravelmente um trabalho, visto que, a vibração atuante é manipulada pelas entidades, de acordo com o objetivo a ser alcançado. O mais adequado é confeccionar guias separadas, que poderão ser utilizadas em conjunto, quando e caso, a necessidade se apresentar.
- Mesmo durante um trabalho espiritual ou ritualístico, notadamente antes de uma incorporação, o uso indiscriminado de diversas guias ao mesmo tempo, poderá prejudicar a sintonia do médium, uma vez que, diversas falanges serão atraídas ao mesmo tempo.
- Apenas em casos muito raros e excepcionais, pode ser utilizadas em outra pessoa, como forma a favorecê-la com uma vibração positiva específica (notadamente em relação à saúde), observando-se, contudo o cuidado de ao retirá-las, limpa-las adequadamente antes de serem reutilizadas pelo médium.
- Pelos motivos expostos, o uso de guias pertencentes ou recebidas de outras pessoas, é uma pratica normalmente desaconselhável a um médium.
- Como vimos, as guias são elementos ritualísticos muito sérios e como tal que devem ser respeitados e cuidados. Seu uso deve se restringir ao trabalho espiritual, ao ambiente cerimonial (terreiro) e aos momentos de extrema necessidade por parte do médium. Utilizar a guia em ambientes ou situações dissonantes com o trabalho espiritual, ou por mera vaidade e exibicionismo, é no mínimo um desrespeito para com a vibração a qual representa.
LIMPEZA: colocar em vasilha de
porcelana, vidro, nunca de metal.
Coloque sal grosso no fundo da vasilha, as guias em cima do sal e arruda por
cima das guias. Coloque uma noite no sereno. Recolha na manha seguinte.
ONDE USA-LAS: somente nos trabalhos. Em
casos excepcionais, pode ser usada por 10 a 15 minutos para descarregar o médium de
algum desconforto.
ONDE GUARDÁ-LAS: no conga, em casa, ou
dentro da caixa do médium, que pode ser deixada no próprio terreiro, em local
próprio.
Abaixo
encontram-se relacionadas às cores das Guias de acordo com os Orixás:
Oxalá
|
Branco
|
Yemanjá
|
Cristal /azul
e branco
|
Ogum
|
Vermelho
|
Oxossi
|
Verde
|
Xangô
|
Marrom
|
Oxum
|
azul
claro
|
Yansã
|
amarelo
ouro
|
Omolú e
Obaluaê
|
preto e
branco
|
Nana
|
Roxo
|
Gostaria de saber qual é meu santo porque ainda nao sei uns me fala qui é xango outros voce pode me falar
ResponderExcluirI ideal é voce ir a uma consulta de buzios. Recomendo (11) 91011-8208
Excluir