Os banhos
ritualísticos de uma maneira geral, são rituais, onde utilizamos determinados
elementos da natureza, de maneira ordenada e com conhecimento de causa, com o
intuito de troca energética entre o indivíduo e a natureza, a fim de
fornecer-lhe equilíbrio energético físico, mental e espiritual. Estes
banhos prestam-se para limpar as energias negativas, afastar más
influências, reequilibrar a pessoa, aumentar a capacidade receptiva do
médium, através da desobstrução dos chacras, purificar o corpo para os
trabalhos na Umbanda. Tem grande importância na manutenção do
corpo.
Não somente os
médiuns ativos na Umbanda devem tomar determinados banhos, mas todos nós, em
geral, podemos usá-los Os banhos de ervas devem ser jogadas dos ombros pra baixo, NUNCA na cabeça, a não ser que seja recomendação de um chefe de terreiro ( entidade chefe de uma casa ou terreiro).
Temos algumas
categorias de banhos:
a)
Banhos de Descarrego
b)
Banhos de Defesa
c)
Banhos de Energização
d)
Banhos de Fixação
a- Banhos
de Descarrego
Esta categoria
de banho, conhecido também como banho de descarga ou desimpregnação energética
é o mais comum e mais conhecido. Estes banhos servem para livrar o indivíduo de
cargas energéticas negativas. Conforme vivemos, vamos passando por vários
ambientes, trocamos impressões com todo o tipo de indivíduo e como estamos num
planeta atrasado em evolução espiritual, a predominância do mal e de energias
negativas são abundantes. Toda esta egrégora formada por pensamentos e
ações, vão criando larvas astrais, miasmas e toda sorte de vírus espirituais
que vão se aderindo na aura das pessoas.
Há dois tipos
de banhos de descarrego:
1-Banho
de Sal Grosso: Este é o banho mais comumente utilizado, devido à sua
simplicidade e eficiência. O elemento principal que é o sal
grosso, que misturado com a água forma um excelente agente de limpeza do
corpo e da aura.
O preparo
deste banho é bem simples, basta, após um banho normal, banhar-se de uma
mistura de um punhado de sal grosso, em água morna ou fria. Este banho é feito
do pescoço para baixo. Após o banho, manter-se molhado por alguns
minutos e enxugar-se sem esfregar a toalha sobre o corpo, apenas secando
o excesso de umidade. Algumas pessoas, neste banho, pisam sobre carvão vegetal
ou mineral, já que eles absorverão a carga negativa. Existem pessoas que
usam a água do mar, no lugar da água e sal grosso.
2-Banho de
Descarrego com Ervas:- Este banho é mais complexo e menos conhecido do que
o de sal grosso. A função deste banho é a mesma que a do sal grosso, só que tem
efeito mais duradouro e conseqüências maiores. Quando uma pessoa está ligada a
uma obsessão e larvas astrais estão ligadas a ela, faz-se necessário um
tratamento mais eficaz. Determinadas ervas, são naturalmente descarregadoras e
sacodem energeticamente a aura de uma pessoa, eliminando grande parte das larvas
astrais e miasmas. Algumas ervas que são muito boas para este banho: arruda,
guiné, espada de São Jorge, aroeira, folhas de fumo, etc.
b- Banho de
Defesa
Este banho
serve de manutenção energética dos chacras, impedindo que eles se impregnem de
energias nocivas em determinados rituais. Usamos, quando vamos conhecer um
outro terreiro e não sabemos se ele é ou não idôneo, pois, infelizmente, ainda
existem aqueles que usam o nome do Umbanda para comercializar a fé alheia.
Quando vamos num sítio energético para determinados rituais com ou sem
incorporação. As ervas para estes banhos, podem ser aquelas relacionadas ao
próprio Orixá regente da pessoa, ou aquelas que uma entidade receitar.
c- Banho de
Energização
Após tomarmos
um banho de descarrego, é importante que restabeleçam o equilíbrio energético,
através de um banho de energização. É um banho que devemos usar quando
vamos participar das giras. Também, podemos usá-lo regularmente, independente
se somos ou não médiuns. Um bom e simples banho: pétalas de rosas brancas ou
amarelas, alfazema e alecrim.
d- Banho de
Fixação
Este banho é
usado para trabalhos ritualísticos e fechados ao público, onde se prestará a
trabalhos de magia, iniciação ou consagração. Este banho é realizado apenas por
quem é médium e irá realizar um trabalho aprofundado, onde tomará contato mais
direto com as entidades elevadas. Este banho “abre” todos os chacras e a
percepção mediúnica fica aguçadíssima. As ervas utilizadas para
este tipo de banho estão diretamente relacionadas ao Orixá regente do médium e
à entidade atuante. São assim receitados apenas por um verdadeiro chefe de
terreiro ou médium-magista ou pela própria entidade.
Preparação
dos Banhos
Em todos
os banhos, onde se usam as ervas, devemos nos preocupar com alguns detalhes:
Ø A colheita deve ser feita em fases lunares positivas. (nunca na minguante). (Ao adentrar numa
mata para colher ervas ou mesmo num jardim, saudamos sempre Oxossi que é
responsável pelas folhas).
Ø Antes de colhermos as ervas, toquemos
levemente a terra, para que descarreguemos nossas mãos de qualquer carga
negativa, que é levada para o solo.
Ø Não
utilizar ferramentas metálicas para colher, dê preferência em usar as
próprias mãos, já que o metal faz com que diminua o poder energético das ervas.
Ø Normalmente usamos folhas, flores,
frutos, pequenos caules, cascas, sementes e raízes para os banhos, embora
dificilmente usemos as raízes de uma planta, pois estaríamos matando-a.
Ø Colocar as ervas colhidas em sacos plásticos, já que são
elementos isolantes, pois até chegarmos em casa, estaremos passando por vários
ambientes.
Ø Lavar as ervas em água limpa e corrente.
Ø Os banhos ritualísticos devem ser feitos
com ervas frescas, isto é, não se
demorar muito para usá-las, pois a energia contida nelas, vai se dispersando e
perde-se o efeito do banho.
Ø A quantidade de ervas, que irão compor o
banho, são 1 ou 3 ou 5 ou 7 ervas diferentes e afins com o tipo de banho. Por
exemplo, num banho de defesa, usamos três tipos de ervas (guiné, arruda e
alecrim).
Ø Não usar aqueles banhos preparados e
vendidos em casas de artigos religiosos, já que normalmente as ervas já estão
secas, não se sabe a procedência nem a qualidade das ervas, nem se sabe em que
lua foi colhida, além de não ter serventia alguma, é apenas sugestivo o efeito.
Ø Alguns banhos, são feitos com água fria
e as plantas são maceradas com as próprias mãos e só depois, se for o caso,
adicionar um pouco de água quente, para suportar a temperatura da água.
Ø Banhos feitos com água quente devem ser feitos
por meio da abafação e não fervimento da água e ervas, isto é, esquenta-se a
água, até quase ferver, apague o fogo, deposite as ervas e abafe com uma tampa,
mantenha esta imersão por uns 10 minutos antes de usar.
Alguns dizem que a água quente não é eficiente
para um banho, mas esquecem que o elemento Fogo, também faz parte dos rituais
de Umbanda. A água aquecida “agita” a mistura, liberando a energia das ervas.
Ø Acender
uma vela para o anjo de guarda e manter-se em oração e concentração, já que
se está realizando um ritual.
Ø Os banhos não devem ser feitos nas horas abertas do dia (06 horas, 12 horas
ou meio-dia, 18 horas e 24 horas ou meia-noite), pois as horas abertas são
horas “livres” onde todo o tipo de energia “corre”. Só realizamos banhos nestas
horas, normalmente os descarregos com ervas, quando uma entidade prescrever
(normalmente um exu).
Ø Não se enxugar esfregando a toalha no
corpo, apenas, retire o excesso de umidade, já que o esfregar cria cargas
elétricas (estática) que podem anular parte ou todo o banho.
Ø Embora todo o corpo seja banhado, a
parte da frente do corpo é que devemos dar maior atenção, já que estão as
“portas” dos chacras, além da parte frontal possuir uma maior polaridade
positiva, que tem propriedades elétricas de atrair as energias negativas e que
são eliminadas com o banho, recebendo carga positiva e aceleradora.
Ø
Após o banho, é importante saber desfazer-se dos restos das ervas. Aquilo que
ficou sobre o nosso corpo, nós retiramos e juntamos com o que ficou no chão.
Colocamos tudo num saco plástico e despachamos aquilo que é biodegradável, em
água corrente.
Outros
Banhos
Além destes
banhos preparados, podemos contar com outros tipos de banhos, que podem ter
algum efeito, dependendo da maneira que os encaremos:
Banhos Naturais
São banhos que
realizamos em sítios energéticos, onde as energias estão em abundância. Neste
caso, não precisamos em nos preocupar em não molhar os chacras superiores
(coronário e frontal), localizados na cabeça, é uma ótima chance de naturalmente
tratar da “coroa”, claro que se efetuarmos em locais livres da poluição.
Dentre eles
podemos destacar:
Banhos de
Mar
Ótimos para
descarrego e para energização, principalmente sob a vibração de Yemanjá.
Podemos ir molhando os chacras à medida que vamos adentrando no mar, pedindo
licença para o povo do mar e para Mamãe Yemanjá. No final, podemos dar um bom
mergulho de cabeça, imaginando que estamos deixando todas as impurezas
espirituais e recarregando os corpos de sutis energias. Ideal se realizado em
mar com ondas e sob o sol.
Banhos de
Cachoeira
Com a mesma
função do banho de mar, só que executado em águas doces. A queda d’água provoca
um excelente “choque” em nosso corpo, restituindo as energias, ao mesmo tempo
em que limpamos toda a nossa alma. Saudemos, pois Mamãe Oxum e todo povo
d’água. Ideal se tomado em cachoeiras localizadas próximas de matas e sob o
sol.
Banhos de
rio e lagoas
Tem também
grandes propriedades, desde que não estejam poluídos. Saudemos Nanã Buruquê.
AOS MÉDIUNS EM
DESENVOLVIMENTO: somente quem pode indicar banho
de COROA (chakra coronário, no alto da cabeça) são os chefes da casa, jamais outros médiuns ou suas entidades
podem passar esses banhos para os médiuns em desenvolvimento.
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