Dança dos Orixás Jerry D'oxossi

Dança dos Orixás Jerry D'oxossi

sexta-feira, 15 de maio de 2015

72- MEDIUNIDADE NATURAL E MEDIUNIDADE DE PROVA


 



"Os espíritos que já atingiram um alto nível moral e que, portanto, integraram-se à vida psíquica superior, quando encarnados são mais sensíveis aos fenôme­nos do mundo oculto, embora isto não aconteça de modo ostensivo, mas apenas através da intuição pura. A sua facul­dade mediúnica, então, é o sagrado corolário do seu próprio aprimoramento espiritual, em vez de uma "concessão" extemporânea. Eles transformam-se em centros receptivos das manifestações incomuns que transcendem os sentidos físicos. Sua alta sensibilidade, fruto de avançado grau espi­ritual, afina-se incessantemente com os valores psíquicos do melhor quilate, facultando-lhes não só o conhecimento ins­tantâneo dos acontecimentos presentes, como ainda as reve­lações mais importantes do futuro. O abençoado dom da Intuição Pura, e que em alto grau o possuíam Antúlio, Her­mes, Rama, Krishna, Pitágoras, Buda, Ramacrisna e Jesus, além de outros seres que passaram anonimamente pelo mundo terreno, foi a faculdade iniciática que serviu para esses grandes espíritos liderarem as transformações admirá­veis do espírito do homem. Eles tanto aferiram os fenômenos imediatos do mundo invisível, como ainda descortina­vam amplamente a síntese dos acontecimentos futuros mais importantes, da Terra.

desenho Buda, Jesus e Krishna
Pitágoras

Há grande diferença entre o médium cuja faculdade é aquisição natural, decorrente de sua maturidade espiritual, e o médium de "prova", que é agraciado imaturamente com a faculdade mediúnica destinada a proporcionar-lhe o resga­te de suas próprias dívidas cármicas. Através de processos magnéticos, que ainda vos são desconhecidos, os técnicos do Astral hipersensibilizam o perispírito daqueles que precisam encarnar-se com a obrigação de trabalhar, pelo serviço da mediunidade, a favor do próximo, e também empreender a sua própria recuperação espiritual.
No Além existem departamentos técnicos especializa­dos, que ajudam os espíritos a acelerar determinados cen­tros energéticos e vitais do seu perispírito, despertando-lhes provisoriamente a sensibilidade psíquica para a maior receptividade dos fenômenos do mundo oculto, enquanto se encontram encarnados. Esse é o mandato mediúnico ou a transitória faculdade concedida a título de "empréstimo" pelo Banco Divino. Mas é também a arma de dois gumes, que exige severa postura moral no mundo, pois ela tanto situa o seu portador em contato com os espíritos benfeitores como também o coloca facilmente na faixa vibratória som­bria das entidades do astral inferior.

Embora a faculdade mediúnica pareça a alguns um pri­vilégio extemporâneo, contrariando o conceito de Justiça e Sabedoria de Deus, essa "concessão" prematura ao espírito faltoso implica justamente em sua maior responsabilidade e trabalho laborioso espiritual. Não é, pois, a graça "fora de tempo", que exime a alma de preocupações e dos obstáculos futuros na sua evolução espiritual; é somente o "emprésti­mo" que lhe permite ressarcir-se de suas tolices e inânias cometidas no passado, compensando o tempo perdido com um serviço extraordinário. Os Mentores Siderais, apiedados dos espíritos demasiadamente onerados em seu fardo cármi­co para o futuro, lhes oferecem assim a oportunidade do reajuste mais breve para alcançarem a ventura mais cedo.

Então o médium é o espírito que renasce na matéria já comprometido com a obrigação de exercer um trabalho constante a favor da idéia da imortalidade da alma, inclusi­ve o dever de melhorar a sua própria graduação espiritual. Embora seja agraciado prematuramente com um sentido psíquico mais avançado e ao qual ainda não fazia jus, o médium sinceramente devotado à sua definitiva recuperação espiritual no serviço sacrificial mediúnico poderá transfor­mar em uma faculdade "natural" aquilo que lhe era somen­te uma faculdade de "prova". Evidentemente, isso é difícil, mas não impossível, pois alguns raros médiuns lograram alcançar a graça da faculdade mediúnica natural, pela graça da faculdade de prova.

Malgrado a mediunidade fenomênica impressione pro­fundamente os sentidos físicos dos encarnados, na profundi­dade da estrutura espiritual do médium de "prova" quase sempre ainda não se consolidam o caráter moral superior, a renúncia angélica, o desapego às ilusões da vida física ou a capacidade heróica para o cumprimento do mandato reden­tor. Ele é apenas o instrumento convocado para o serviço compulsório de favorecimento ao próximo ou o transmissor da realidade imortal; mas acima de tudo é o devedor interes­sado em reduzir o seu débito cármico para com o planeta que o serviu desinteressadamente.
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Quando distinguimos o médium natural do médium de prova, desejamos apenas destacar aquele que é um instru­mento espontâneo e superior da realidade espiritual, daque­le que renasce na Terra onerado por uma obrigação de ordem cármica." 
Ramatis

  Ramatis, Livro Mediunismo.


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