Dança dos Orixás Jerry D'oxossi

Dança dos Orixás Jerry D'oxossi

terça-feira, 24 de março de 2015

24- PONTOS CANTADOS NA UMBANDA:

atabaque

 Os homens afoitos e zelosos das purezas doutrinárias criticam os caboclos da umbanda quando assoviam, cantam, assopram e chilreiam como pássaros, baforando o charuto. A estreiteza de opinião oriunda do desconhecimento, aliado ao preconceito, favorece as "superioridades" doutrinárias e as interpretações sectárias.
            Os fundamentos dos mantras e seus efeitos curativos (vocalização de palavras mágicas) fazem parte dos ritmos cósmicos desde os primórdios de vossa civilização. Os vocábulos pronunciados, acompanhados do sopro e das baforadas, movimentam partículas e moléculas do éter circundante do consulente, impactam os corpos astral e etérico, expandindo a aura e realizando a desagregação de fluidos densos', miasmas, placas, vibriões e outras negatividades.
            Assim como as muralhas de Jericó tombaram ao som das trombetas de Josué, os cânticos, tambores e chocalhos dos caboclos desintegram poderosos campos de força magnetizados no Astral, bem como o som do diapasão faz evaporar a água. 

A função dos pontos cantados é demarcar as diversas etapas ritualísticas: defumação, abertura da sessão, saudação do congá, chamada das linhas, entre outras. Ele pode perfeitamente ser adotado sem apoio da curimba (atabaque- nota blogueira). Por outro lado, existem acordes específicos, muito utilizados nas batidas de tambores nas culturas afro-indígenas e xamânicas, que podem ser utilizados como apoio à concentração dos médiuns e para alguns trabalhos no Astral, muito diferentes das batidas ensurdecedoras, parecidas com batucada de carnaval retumbante, atingindo até as altas horas da madrugada, que só enfraquecem a contextura psíquica dos médiuns.
            A verdade é que existem espíritos no Astral especialistas em sons que agem como sinalizadores para as enormes falanges que não se manifestam através de médiuns nas sessões de caridade. Nas situações socorristas e de embates vibratórios no Astral inferior, elas são orientadas, recebendo as tarefas mais rudimentares, por meio de sons similares aos vossos instrumentos de percussão. É uma forma inteligente de organizar a movimentação de centenas ou até de milhares de entidades das várias linhas que trabalham juntas, e ao mesmo tempo. Do contrário, seria instalada a desordem, uma vez que o momento de os espíritos de Oxossi atuarem não é o mesmo que os de Ogum, que, por sua vez, diferem dos das irmãs de Yemanjá, e assim sucessivamente. Dessa forma, cada agrupamento espiritual por linha vibratória (orixá) tem tarefas magísticas específicas que necessitam de disciplina e ordem, e nem todos os espíritos estão preparados para receber comandos meramente pela mente, pelos pensamentos. Precisam de apoio sonoro, luminoso e de formas geométricas que fundamentem as ordens de trabalho outorgadas pelo movimento umbandista. É o que podeis chamar de lei da pemba: cada traçado de um ponto riscado em sua repercussão etéreo-astral produz um campo de força magnético com som, luz e um grafismo peculiar, que, por sua vez, são comunicados para grande número de espíritos por acordes sonoros.

Observações do médium: Norberto Peixoto
            Sei que este meu relato vai causar alguma celeuma no meio espiritualista, mas não posso deixar de ser sincero e fiel às minhas percepções mediúnicas. Por várias vezes já escutei batidas xamânicas, atabaques e sinetas pelo fenômeno da clariaudiência, seja por meio dos trabalhos práticos no terreiro, seja durante o sono físico. Em certo terreiro a que estive vinculado como médium, não se adotava curimba; contudo, vi no Astral por várias vezes dois enormes negros, carecas, musculosos, vistosos e sorridentes, ao lado do congá, batendo em tambores colocados diante deles.
            A minha consciência não me deixa esquecer meu primeiro encontro, nesta encarnação, com o amigo espiritual Ramatis (descrito detalhadamente na obra Chama Crística, da Editora do Conhecimento), em que ele se apresentou durante um trabalho de desobsessão para um familiar, envergando o traje de um sacerdote da vibratória de Ogum, aparecendo-nos no interior de um templo etéreo aumbandhã, aos moldes da velha Atlântida. Nessa experiência, escutei cânticos acompanhados de sons de atabaques. Inocentemente, fui relatar essa vivência ao doutrinador do centro espírita que freqüentava na época, e ele quase desmaiou; tremendo, suado e com os olhos arregalados, encaminhou-me para a coordenação da escola de médiuns.

(Missão da Umbanda, Norberto Peixoto).



Ponto Caboclo Pena Branca: 

Saravá, seu PENA BRANCA
Saravá, seu Abacé
Traz a flecha e o seu bodoque,
Pra defender filhos de fé
Ele vem de Aruanda
Trabalhar neste abaçá
Saravá, seu Pena Branca
Um guerreiro de Oxalá...
Sua flecha vai certeira,
Vai pegar no feiticeiro,
Que fez juras e mandingas,
Para o povo do terreiro
Pega o arco, atira a flecha
Que este bicho é corredor
Mas deve ser castigado
Se ele é merecedor (2x)
 

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