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CANDOMBLÉ |
Umbanda não é Candomblé. Iniciação -
Orixás – Quizilas
Vamos
abordar mais três conceitos que aprofundam as diferenças entre umbanda e
candomblé.
O primeiro é a INICIAÇÃO:
Na umbanda o médium é batizado. Independente de seu orixá de frente, o batismo é sempre
a obrigação de Oxalá e feito em Seu Nome. Não existe batismo em Xangô ou Oxóssi,
por exemplo. O batismo é a obrigação mais simples e nele o médium recebe uma
guia branca que, pelo simbolismo que carrega, deve ser a mais simples também.
No candomblé a iniciação é feita quando o iniciado
‘raspa’ para o santo, fica recolhido na camarinha e aprende a liturgia de seu
orixá. Um filho de Xangô, por exemplo, é preparado para se tornar um veículo no
qual Xangô possa se manifestar. Não há batismo no candomblé e não há feitura de
santo na umbanda.
Segundo: os ORIXÁS:
Outra diferença entre as duas religiões é na questão
dos orixás. Embora ambas dem o nome ‘orixá’ a determinados seres, a idéia a que
se referem não é a mesma.
No candomblé os orixás são personificações das
manifestações da energia primordial na natureza, porém, bastante humanizadas.
Na umbanda os orixás são princípios mais cósmicos.
Embora também presentes na natureza, os orixás são vistos como menos
particularizados.
Um exemplo é Iansã, que no candomblé é uma mulher
voluptuosa, sensual, às vezes encrenqueira. Na umbanda Iansã é uma manifestação
energética jovial, pura, ligada aos primeiros raios de Sol pela manhã. Na linha
de Iansã trabalham os espíritos puros e os encantados, que nunca tiveram existência
material. Um outro exemplo bem grande são os erês, que na umbanda são entidades
e no candomblé é apenas um estado em que, durante sua iniciação, o iniciado
assume atitudes infantis. No candomblé o iniciado faz suas oferendas ao seu
orixá. Na umbanda são dadas as obrigações ( oferendas-
nota da blogueira) a todos os orixás, independente do orixá de cabeça.
Obs.: nota da blogueira: ver artigo 29, O que são
Orixás na Umbanda, publicado dia 24/03/2015, nesse blog.
Terceira
questão: QUIZILAS
Outra questão polêmica é a da quizila, a
incompatibilidade energética dos orixás no candomblé. Filhos de Xangô têm
quizila com banho de pipoca por conta de sua rivalidade com Obaluaê.
Na umbanda não existe quizila. As imagens de Xangô,
Ogum e Obaluaê são inclusive vistas muitas vezes, juntas no altar. A
incompatibilidade energética dos orixás na umbanda são a ignorância, as
injustiças e a maldade. Mas um orixá não tem atritos com o outro. São
categorias energéticas primordiais que trabalham sempre em harmonia umas com as
outras e todas juntas para o bem maior, que é a caminhada de todos os seres
rumo à evolução.
Não estamos dizendo que candomblé seja melhor que
umbanda ou vice versa. Estamos dizendo que são religiões diferentes, com
fundamentos próprios (desconhecidos muitas vezes até por sacerdotes) e cuja
compreensão das diferenças diminui a chance de equívocos como a idéia de um
filho de umbanda ter sido iniciado no orixá errado. Isso não é possível na
umbanda, já que todos são iniciados em Oxalá, representado pelo branco, que é a
soma de todas as cores.
Saravá,
Irmãs e Irmãos de Fé!
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